sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Don Vito Corleone, de O Poderoso Chefão

O Poderoso Chefão, parte I (EUA; 1972, Coppola).
O Poderoso Chefão, parte I (EUA; 1972, Coppola).

O ator Marlon Brando interpretou o eterno Don Vito Corleone no primeiro filme da trilogia de Francis Ford Coppola, “O Poderoso Chefão”. O filme, baseado na obra-prima homônima do escritor Mario Puzo, recentemente retumbou como “o melhor filme já feito na história”, segundo Hollywood.

O ainda estrondoso sucesso é um reflexo direto da popularização da Máfia na cultura popular moderna, onde desencadeou uma inesgotável produção de filmes, seriados e artigos relacionados. A palavra refinada e o glamour associados ao banho de sangue constituíram a fórmula de sucesso deste grande clássico mundial.
Muito se pergunta sobre a existência real de Don Corleone e intrigado se fica aquele que toma conhecimento de alguns fatos. O personagem, embora fictício, foi inspirado em humildes imigrantes italianos que se tornaram poderosos chefões históricos da Máfia ítalo-americana — Cosa Nostra —, como os dons sicilianos Carlo Gambino e Joe Bonanno.

Santos Dumont e o jumento Cuigno

Recrutamento de mercenários no século XVI. Autor desconhecido, Museu Escolar de Westfália, Alemanha.
Recrutamento de mercenários no século XVI. Autor desconhecido, Museu Escolar de Westfália, Alemanha.

Apesar da atual conotação pejorativa dos chamados mercenários, estes, por milhares de anos, foram respeitados e desempenharam papel fundamental em diversos momentos históricos da humanidade? Os chamados “Soldados da Fortuna”, além da clássica função militar, também trabalharam com logística, treinamento, proteção, guias de expedições, entre outras atribuições. E mais: ainda atuam e estão mais preparados para a guerra moderna que muitos países.

Atualmente, pode-se, inclusive, dizer que a terceirização militar se tornou um empreendimento global, que tem como seus maiores clientes os próprios governos. Companhias como a Academi (antiga Blackwater) participam ativamente de conflitos ao redor do mundo, como do Iraque e Afeganistão, podendo-se identificá-los quando a impressa internacional mostra soldados em zonas de conflito com uniformes ligeiramente diferentes dos utilizados por exércitos regulares.
REFERÊNCIAS:
BRUYÈRE-OSTELLS, WALTER. HISTÓRIA DOS MERCENÁRIOS: DE 1789 AOS NOSSOS DIAS. TRAD. PATRÍCIA REUILLARD. SÃO PAULO: CONTEXTO, 2012.
GILBERT, ADRIAN. ENCICLOPÉDIA DAS GUERRAS: CONFLITOS MUNDIAIS ATRAVÉS DO TEMPO. TRAD. ROGER DOS SANTOS. SÃO PAULO: M. BOOKS, 2005.
UESSELER, ROLF. GUERRA COMO PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS: A DESTRUIÇÃO DA DEMOCRACIA PELAS EMPRESAS MILITARES PRIVADAS. TRAD. MARCO CASANOVA. SÃO PAULO: ESTAÇÃO LIBERDADE, 2008.

28 anos, pernambucano, graduado em Direito. Diligencia pesquisas sobre História Militar, Crime Organizado e Sistema Penitenciário. Gosta de ler, escrever e, às vezes, arrisca-se – tragicamente – nos desenhos. Na Internet, atua como administrador, criador de conteúdo e revisor.

Os soldados muçulmanos de Hitler, 1943

Mielke, 1943, Sommer. Bundesarchiv. Bild 101. Mielke-036-23.
Mielke, 1943, Sommer. Bundesarchiv. Bild 101. Mielke-036-23.

Voluntários muçulmanos bósnios da Divisão SS Handschar leem doutrina nazista na forma de um livrete Intitulado Islam und Judentum (“Islão e Judaísmo”).

Em 1943, a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) cada vez mais se projetava contra Berlim e as dificuldades para o III Reich se multiplicavam. Ciente disso e buscando solução, o comandante da temida Waffen-SS, Heinrich Himmler, decidiu ampliar mais uma vez o quadro da força militar de elite. Com o aval de Hitler, a 13ª Divisão de Montanha Waffen-SS Handschar foi criada e lançada sobre os Balcãs, para dar combate aos partisans (guerrilheiros comunistas) de Tito.
Inicialmente, apenas “arianos” seriam selecionados para Waffen-SS. Esta, além de formidável unidade militar, deveria representar o “ideal ariano”. No entanto, pelas dificuldades encontradas na guerra, foi aceita a ajuda de simpatizantes estrangeiros. O emprego de bósnios, quando analisado de acordo com a cultura nazista, é tido como um dos maiores equívocos de Himmler, onde teria ocorrido a total deturpação do ideal.
Assim como a SS-Handschar, outras “divisões estrangeiras” foram criadas em apoio à ideologia nazista. Diversos países foram “representados” por seus nacionais nas forças armadas do III Reich — incluindo franceses, ingleses, russos e norte-americanos.
REFERÊNCIAS:
CAWTHORNE, NIGEL. A HISTÓRIA DA SS: O IMPLACÁVEL ESQUADRÃO DA MORTE DE HITLER. TRAD. MARINA NOBRE. SÃO PAULO: MADRAS, 2012.
GILBERT, ADRIAN. ENCICLOPÉDIA DAS GUERRAS: CONFLITOS MUNDIAIS ATRAVÉS DO TEMPO. TRAD. ROGER DOS SANTOS. SÃO PAULO: M. BOOKS, 2005.

28 anos, pernambucano, graduado em Direito. Diligencia pesquisas sobre História Militar, Crime Organizado e Sistema Penitenciário. Gosta de ler, escrever e, às vezes, arrisca-se – tragicamente – nos desenhos. Na Internet, atua como administrador, criador de conteúdo e revisor.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

O Criminoso Nato, a polêmica teoria de Cesare Lombroso

Cesare Lombroso ao lado dos rostos que provariam sua Teoria do Criminoso Nato. Fotomontagem: autor desconhecido.
Cesare Lombroso ao lado dos rostos que provariam sua Teoria do Criminoso Nato. Fotomontagem: autor desconhecido.

Em meados do ano de 1876, publicou-se o Tratado Antropológico Experimental do Homem Delinquente, do italiano Cesare Lombroso. Com a divulgação deste estudo empírico, propagou-se, a nível internacional, a chamada Teoria do Criminoso Nato, que, a partir de certas características físicas encontradas em alguns indivíduos, sobretudo mestiços, atestaria sua pré-disposição à vida criminosa.

O estudo teve sua publicação feita em uma época particularmente singular, o que erroneamente lhe indicou supostos subsídios de conclusão: era o século XIX e o mundo respirava entusiasmadamente as ideias da seleção natural de Charles Darwin e de outros tantos estudos eugênicos que, infelizmente, muitas vezes foram corrompidos e utilizados para timbrar — com falsa legitimidade — alguns dos regimes autoritários e totalitários da Era dos Extremos, o século XX.
Ainda, os estudos sociais que poderiam de pronto desqualificar ou atenuar os efeitos da teoria lombrosiana, embora sistematizados, eram recentes e certamente não se mostravam tão extasiantes quanto às ideias supramencionadas, o que “colaborou”, por omissão imprópria, com a ideia de Cesare Lombroso.
[1] “A escola de Lombroso aplicava técnicas de antropometria aplicada para combater a insegurança”; [2] “O objetivo era identificar os criminosos de acordo com as suas características físicas”. Fotomontagem: autor desconhecido.
[1] “A escola de Lombroso aplicava técnicas de antropometria aplicada para combater a insegurança”; [2] “O objetivo era identificar os criminosos de acordo com as suas características físicas”. Fotomontagem: autor desconhecido.
Com estudos empíricos (consubstanciados na prática), a Teoria do Criminoso Nato “foi formulada com base em resultados de mais de quatrocentas autópsias de delinquentes e seis mil análises de delinquentes vivos; e o atavismo que, conforme seu ponto de vista, caracteriza o tipo criminoso — ao que parece —, contou com o estudo minucioso de vinte e cinco mil reclusos de prisões europeias.” (MOLINA; GOMES, 2006, p. 148)
A teoria lombrosiana do criminoso nato implicava que, mediante a direta análise das características puramente físicas, seria possível prever os indivíduos que se voltariam à vida criminosa, tendo a reincidência como um trajeto posterior e natural. Seria uma propensão congênita e irrenunciável à delinquência. “O delinquente padece uma série de estigmas degenerativos comportamentais, psicológicos e sociais (fronte esquiva e baixa, grande desenvolvimento dos arcos supraciliares, assimetrias cranianas, fusão dos ossos atlas e occipital, grande desenvolvimento das maçãs do rosto, orelhas em forma de asa, tubérculo de Darwin, uso frequente de tatuagens, notável insensibilidade à dor, instabilidade afetiva, uso frequente de um determinado jargão [gíria], altos índices de reincidência etc.).” (MOLINA; GOMES, 2006, p. 149, acréscimo nosso)
Contudo, Lombroso não teria se atentado ao que notavelmente ocorria — e ainda ocorre — nos diversos níveis socioeconômicos da mesma sociedade: a mistura entre “raças”, o que gera indivíduos “fora” do típico padrão europeu, dá-se em maior número nas classes mais pobres, diferentemente do evidenciado na sua porção abastada. Isto é, essa divisão social enseja mais indivíduos mestiços numa mesma parcela da sociedade e geralmente ocorre por questões financeiras, que acabam por criar “castas econômicas”, que, de modo exemplificado, tornaram-se as classes baixa e alta. Esta procura manter distância do povo; aquela, entretanto, é o próprio povo.
Outro ponto que teria grandemente alicerçado a tese corresponde ao fato de que o mundo, a partir do século XV, colonizado foi em grande parte por brancos, sobretudo por europeus, e que a escravidão representou seu traço distintivo, desumano e gerador da divisão clara entre colonizadores e colonizados. Esta época, que perdurou por séculos, simplificadamente, representou a era Colonialista onde as metrópoles começaram a comandar o mundo.
À época, a ideia do Eurocentrismo — a Europa como o centro do planeta — se encontrava em franca propagação e a noção de superioridade da “raça europeia” sobre as demais seduziu autores e entusiastas que publicaram uma série de estudos até bizarros, se vistos com a visão de hoje. Naturalmente, a raça tida como caucasiana (branca) foi posta como a de maior expressão, a “superior”, sendo as demais seu contraponto, as “inferiores”.
Posteriormente, também se tem que poucos anos depois da publicação do Tratado Antropológico Experimental do Homem Delinquente, no século XIX, a Europa havia dividido o continente africano entre suas potências econômicas, sob a bandeira do Neocolonialismo (“imperialismo econômico”), e mais uma vez a noção da superioridade europeia seguiu a galope. Fato similar a este também verificado sobre quase todo o globo, inclusive.
Assim, baseados nos antecedentes seculares e enxergando o mundo sob o crivo das bandeiras europeias, Lombroso deu cabo aos seus estudos que acabaram por estigmatizar, como delinquentes, os mais diversos indivíduos inocentes que, por simplesmente trazerem consigo sinais característicos de sua origem, miscigenada ou não, foram marginalizados e algumas vezes “hasteados” como inimigos públicos.
Fotografia de Cesare Lombroso. Fotografia: Conteúdo reproduzida em a “Ciência Racial do Povo Judeu”, por Hans Günther, FK 1929 JF Lehmann Verlag, Munique. Digitalizada por MoritzB. Autor desconhecido.
Fotografia de Cesare Lombroso. Fotografia: Conteúdo reproduzida em a “Ciência Racial do Povo Judeu”, por Hans Günther, FK 1929 JF Lehmann Verlag, Munique. Digitalizada por MoritzB. Autor desconhecido.
No Brasil, o país mais miscigenado do planeta, assim como no tempo de Lombroso (e em quase toda a História), é notável e recorrente a restrição que alguns homens criam sobre seus semelhantes, de modo que sempre se pareceu buscada uma posição de destaque para si em detrimento dos demais e, dessa forma, afastando-se ou reduzindo de si o mútuo convívio por diversos motivos, principalmente sob os pretextos racial e econômico (este muitas vezes visto como algo diretamente ligado ao status social).
Por fim, ao deixar de lado os fatores exógeno, social e econômico do indivíduo, Cesare Lombroso amaldiçoou o fruto da miscigenação (mestiçagem) com o carimbo da recém-nascida ciência empírica.
Depois dos inesquecíveis e aterradores acontecimentos da primeira metade do século XX, acontecimentos estes como a política hitlerista da raça ariana que acabou por arrebatar o mundo a mais devastadora guerra da História, a Segunda Guerra Mundial (1939–1945), procurou-se enterrar de vez essa e qualquer outra teoria que pusesse homens e mulheres em níveis diferentes por sua própria natureza.
Notável foi a repulsa à teoria de Lombroso que, em 21 de dezembro de 1965, a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou a convenção internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, sendo esta acolhida pelo Brasil, e dispondo, dentre outras, da terminante justificativa:
Convencidos de que qualquer doutrina de superioridade baseada em diferenças raciais é cientificamente falsa, moralmente condenável, socialmente injusta e perigosa, em que, não existe justificação para a discriminação racial, em teoria ou na prática, em lugar algum.”
Atualmente, tal teoria apenas é utilizada para ensinamentos sobre a evolução histórica da Criminologia e do Direito Penal, também servindo como um macabro aviso às gerações posteriores para que não incorram no mesmo erro.
Pano de fundo. Ao longo da História, os detentores de grande poder raramente se sentaram, ou sentam, à mesa em condição de igualdade com pobres, miseráveis e os ironicamente chamados de feios…
REFERÊNCIAS:
BLAINEY, GEOFFREY. UMA BREVE HISTÓRIA DO SÉCULO XX. SÃO PAULO, SP: FUNDAMENTO, 2008.
HOBSBAWM, J. ERIC. A ERA DOS IMPÉRIOS, 1875-1914. TRAD. SIENI MARIA CAMPOS E YOLANDA STEIDEL DE TOLEDO. 18 ED. RIO DE JANEIRO: PAZ E TERRA, 2014.
BRASIL. DECRETO Nº 65.810, DE 8 DE DEZEMBRO DE 1969. PROMULGA A CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE A ELIMINAÇÃO DE TODAS AS FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO RACIAL. SENADO FEDERAL. ACESSO EM: 12 MAIO 2015.
MATOS, DEBORAH DETTMAN. RACISMO CIENTÍFICO: O LEGADO DAS TEORIAS BIOANTROPOLÓGICAS NA ESTIGMATIZAÇÃO DO NEGRO COMO DELINQUENTE. ACESSO EM: 12 MAIO 2015.
MOLINA, ANTONIO GARCÍA-PABLOS; GOMES, LUIZ FLÁVIO. CRIMINOLOGIA: INTRODUÇÃO A SEUS FUNDAMENTOS TEÓRICOS; INTRODUÇÃO ÀS BASES CRIMINOLÓGICAS DA LEI Nº 9.099/95, LEI DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS. 5. ED. SÃO PAULO: REVISTA DOS TRIBUNAIS, 2006.
SÉMELIN, JACQUES. PURIFICAR E DESTRUIR: USOS POLÍTICOS DOS MASSACRES E GENOCÍDIOS. TRAD. JORGE BASTOS. RIO DE JANEIRO: DIFEL, 2009.
IMAGEM(NS):
A EQUIPE DO MUSEU DE IMAGENS BUSCOU INFORMAÇÕES PARA CREDITAR A(S) IMAGEM(NS), CONTUDO, NADA FOI ENCONTRADO. CASO SAIBA, POR GENTILEZA, ENTRE EM CONTATO.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Chuck Norris e Bruce Lee

Chuck Norris e Bruce Lee






"Selfie" no espaço, em 1966

As sombras de Nagasaki

Imagem de autor desconhecido.
Três dias antes, em 6 de agosto de 1945, Hiroshima fora a primeira cidade no mundo a conhecer os efeitos perversos de uma arma de destruição em massa. Hoje completam-se 70 anos do dia em que Nagasaki teve o mesmo destino de Hiroshima.
Visando finalmente testar os efeitos de uma bomba atômica e forçar o Japão a se render ao final da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos limaram a vida de 240 mil civis japoneses em apenas dois dias, com intervalo de três dias entre um e outro ataque.

Milhares de pessoas morreram nos dias, semanas e anos seguintes em decorrência dos efeitos das bombas. Porém, instantaneamente, morreram de 60 a 80 mil em Hiroshima e em Nagasaki, 40 mil pessoas desapareceram. Os únicos rastros que essas últimas deixaram ficaram registrados nas sombras de Nagasaki, que até hoje contam silenciosamente a história daquele dia.

Abaixo estão algumas fotos que trazem a memória daqueles cujas últimas lembranças, agora, estão registradas no chão e nas paredes da cidade.
Imagem de autor desconhecido.
Imagem de autor desconhecido.
Imagem de autor desconhecido
Imagem de autor desconhecido.
Imagem de autor desconhecido.
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28 anos, formada em Economia, paulista de nascença e sulista por opção, é apaixonada pela liberdade de viver e fazer o que tiver vontade. Exatamente por isso, sonha um dia poder viver de espalhar o conhecimento a quantas pessoas puder. Atua como administradora, criadora de conteúdos no site.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Dom Pedro II no Egito

O Imperador Dom Pedro II e sua comitiva de viagem no Egito, 1871. Fotografia: autor desconhecido.
O Imperador Dom Pedro II e sua comitiva de viagem no Egito, 1871. Fotografia: autor desconhecido.

O Imperador Dom Pedro II e a sua comitiva na primeira viagem que fez ao Egito, em 1871. O imperador se encontra sentado na última cadeira à direita e impõe sua grande barba branca. Verificam-se, como pano de fundo, a maior das pirâmides do Complexo de Gizé e a sua Esfinge sem o nariz, que, entre os boatos históricos, diz ter sido destruído durante a campanha de Napoleão Bonaparte.

A longa viagem ao Egito, entre outras, causou mal-estar no Brasil e rendeu caricaturas do imperador, pois o período era de grande agitação política e as décadas de 1870 e 1880 prometiam grandes modificações ao Estado Brasileiro (que finalmente se tornaria uma república em 1889). Entre as questões inquietantes, encontram-se o recente fim da Guerra do Paraguai (1864–1870), os fervorosos debates abolicionistas, a conciliadora política nacional de Pedro II e a própria continuidade ou não do império.
Diz-se que o imperador era um homem de infinitos desejos, mas que nenhum se familiarizava com o serviço burocrático de monarca. Sempre concentrado em suas leituras, observações e escritos, o imperador do Brasil parecia não cultivar grande paixão pelas rédeas do governo imperial.
IMAGEM: A EQUIPE DO MUSEU DE IMAGENS BUSCOU INFORMAÇÕES PARA CREDITAR A(S) IMAGEM(NS). ENTRETANTO, NADA FOI ENCONTRADO. CASO SAIBAM, POR GENTILEZA, AVISEM-NOS: CONTATO@MUSEUDEIMAGENS.COM.BR
REFERÊNCIAS:
ROCHA, PAULA. PEDRO II, O IMPERADOR VIAJANTE. ACESSO EM: DEZ. 2014.
VINCENTINO, CLÁUDIO; DORIGO, GIANPAOLO. HISTÓRIA GERAL E DO BRASIL. SÃO PAULO: SCIPIONE, 2002.

28 anos, pernambucano, graduado em Direito. Diligencia pesquisas sobre História Militar, Crime Organizado e Sistema Penitenciário. Gosta de ler, escrever e, às vezes, arrisca-se – tragicamente – nos desenhos. Na Internet, atua como administrador, criador de conteúdo e revisor.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

O Poderoso Chefão – personagens e histórias reais

Bonasera pedindo a Don Corleone que vingasse a sua filha na cena exordial do filme. Fotografia: Cena exordial de O Poderoso Chefão, Parte I (EUA; Coppola; 1972).
Bonasera pedindo a Don Corleone que vingasse a sua filha na cena exordial do filme. Fotografia: Cena exordial de O Poderoso Chefão, Parte I (EUA; Coppola; 1972).

Don Corleone, Johnny Fontane, Hyman Roth e tantos outros… figuras mundialmente conhecidas e admiradas da trilogia O Poderoso Chefão. O que poucos sabem é que suas histórias estão medonhamente alicerçadas sobre um fundo de verdade que nos faz refletir sobre a suposta honra do Padrinho. São histórias, personagens e assassinatos reais… Há muito mais que cannolis, as propostas irrecusáveis foram reais.

Breve esclarecimento
Baseada no livro O Poderoso Chefão, de Mario Puzo, a trilogia cinematográfica imortalizada por Francis Ford Coppola — O Poderoso Chefão, Parte I (EUA; Coppola; 1972); O Poderoso Chefão, Parte II (EUA; Coppola; 1974); e O Poderoso Chefão, Parte III (EUA; Coppola; 1990) — arrebatou milhões de fãs no mundo inteiro, sendo seus dois primeiros filmes considerados por muitos como os melhores da história. O que muita gente desconhece é que há um assombroso fundo de verdade em cada cena da trilogia.
Durante a criação deste artigo, notou-se, apesar da boa vontade, a complexidade do tema e restou decidido que o mesmo será confeccionado em partes devido à imensa quantidade de nomes, personagens e histórias, de modo que este material traz as considerações iniciais do todo e algumas das inspirações principais da trilogia, como o carismático Don Vito Corleone. Outrossim, sem desmerecer o trabalho dos atores, procurarei também não tratar seus nomes ao longo da matéria, visto a já declarada quantidade de prenomes e patronímicos.
Ainda, necessário se faz saber que todos mostrados aqui, sem exceção, coexistiram na mesma época — mais ou menos na primeira metade do século XX — sendo, inclusive, cúmplices, aliados e concorrentes mortais.
DON VITO CORLEONE
Don Vito Corleone, o Padrinho. Fotografia: Cena de O Poderoso Chefão, Parte I (EUA; Coppola; 1972).
Don Vito Corleone, o Padrinho. Fotografia: Cena de O Poderoso Chefão, Parte I (EUA; Coppola; 1972).
Abrindo a persiana, temos Don Vito “Corleone” Andolini. Certamente o mais famoso e carismático personagem da trilogia, sendo a si, inclusive, o título da trilogia conferenciado (título depois transmitido ao seu filho, Michael Corleone, que será abordado em momento oportuno). Apresentado nas partes I e II, foi o principal ator da sequência e emissor de frases e ações marcantes. Frases estas que se tornaram mundialmente conhecidas.
Apesar do comportamento calmo, amistoso e de quase se assemelhar a um santo para algumas pessoas, de santo Don Corleone não tinha nada. Definitivamente. Não se torna um Don sem extorquir, contrabandear e principalmente assassinar… A posição de chefe não é herdada de acordo com o berço, embora algumas vezes aconteça, ela é conquistada — tomada! — e somente os mais astutos e bravos “homens-feitos” sobem na hierarquia da Máfia. Os demais ou são subjugados ou morrem no percurso.
Na história real da Máfia, embora alguns autores e escritores maliciosos tendam a concentrar a vida de Don Vito Corleone em uma ou outra pessoa, parece claro, aos olhos da Criminologia e dos “entusiastas”, que sua inspiração decorre de uma gama de mafiosos mundialmente conhecidos, o que seria injusto declarar apenas um como iluminação definitiva. Entre os habitualmente referenciados, destacam-se três imigrantes italianos que nunca poderão ser deixados de lado, quais sejam: Joseph Bonanno, Charles “Lucky” Luciano e Carlo Gambino. O mafioso Al Capone raramente se mostra como referência de Don Vito por ter sido considerado um fanfarrão por diversos chefões da Máfia.
Joseph Bonanno, Charles “Lucky” Luciano e Carlo Gambino, respectivamente. Fotografias: Bonanno e Luciano: autores desconhecidos; Gambino: Hulton Archive - Getty Images.
Joseph Bonanno, Charles “Lucky” Luciano e Carlo Gambino, respectivamente. Fotografias: Bonanno e Luciano: autores desconhecidos; Gambino: Hulton Archive – Getty Images.
Joseph Bonanno, nascido na Sicília, na Itália, emprestou sua política, polidez e carisma ao Padrinho de Puzo e Coppola. Era temido e respeitado no submundo, era, definitivamente, o que a Maffia chama de “homem de honra”. Dentre todos os indicados, é geralmente o mais aceito como a grande inspiração para o Don das telonas.
Contrabandista de bebidas alcoólicas, assassino profissional, agiota, extorsionário e Don da Máfia, sempre se considerou, antes de tudo, um homem de honra, um homem para quem a tradição era absolutamente importante, para quem o bom nome e a boa reputação vinham antes de qualquer coisa. Considerado por muitos como o modelo para o Don Corleone de Mario Puzo, do best-seller O Poderoso Chefão, Joseph Bonanno incorpora tudo o que é inesquecível sobre o saber da Máfia, e talvez mais do que qualquer outro gângster na história resume bem o que era pertencer a La Cosa Nostra. (CARTER, 2007, p. 13, grifo autoral)
Charles “Lucky” Luciano, nascido na Sicília com o nome de Salvatore Lucania, sistematizou a Cosa Nostra (Máfia Ítalo-Americana) ao criar a Comissão no início da década de 1930 e se tornou seu grande chefão. A Comissão pode ser vista em diversos momentos, quando reunidos os dons debatem e deliberam sobre a pauta do dia.
Lucania foi o primeiro a se infiltrar verdadeiramente na política e a perceber que esse era o caminho natural para o fortalecimento do crime organizado transacional. Utilizando o sistema contra o próprio sistema, Salvatore Lucania criou uma grande e poderosa rede de corrupção internacional.
Cumprindo pena durante a Segunda Guerra Mundial (1939–1945), Charles “Lucky” Luciano fez um acordo com os Aliados em troca de sua liberdade: Favoreceria a invasão aliada na Itália, o que salvou a vida de milhares de soldados aliados, e denunciou espiões e sabotadores nazistas nos Estados Unidos. Em troca recebeu sua liberdade de volta sob a condição de nunca retornar à América.
Controlava apostas, casas clandestinas de jogos, prostituição e roubo de mercadorias. Com a Lei Seca (1919–1933), entrou para o ramo de contrabando de bebidas e criou uma rede de distribuição nacional e bares ilegais. Já em 1927 estava milionário. Quatro anos depois fundou o Sindicato do Crime [a Comissão], organização que agia em dez estados americanos e no Canadá. (AMORIM 2010, p. 356, acréscimo nosso)
Carlo Gambino, também nascido na Sicília, o mais poderoso chefão das décadas de 1960 e 1970, abarcou para si o título de verdadeiro chefe mafioso e foi um dos mais pérfidos assassinos em sua sangrenta ascensão na hierarquia da Cosa Nostra. Para Gambino, o poder era o único modo de se impor respeito à corrupta e vergonhosa sociedade, era o único modo de viver com “dignidade”.
Carlo Gambino foi uma força incrivelmente poderosa, tanto como um homem de negócios legais, com interesse em firmas de construção e fábricas, quanto como criminoso, incluindo a influência opressiva que exercia sobre os sindicatos. (CARTER, 2007, p. 98-99)
Todos eles forneceram subsídios para a construção do mítico Don Corleone. Ora com sagacidade e política, ora com sangue e glamour. Também é amplamente conhecido que os supracitados mafiosos foram os responsáveis pela reformulação e condução do crime organizado moderno durante décadas.
JOHNNY FONTANE (FRANK SINATRA)
Johnny Fontane. Fotografia: Cena de O Poderoso Chefão, Parte I (EUA; Coppola; 1972).
Johnny Fontane. Fotografia: Cena de O Poderoso Chefão, Parte I (EUA; Coppola; 1972).
Frank Sinatra, ator e cantor norte-americano de ascendência italiana e eterno ídolo de diversas gerações. Astro de filmes e inesquecíveis canções que embalaram casais apaixonados. Dono de diversos prêmios internacionais e com o nome cravado na Calçada da Fama de Hollywood, Frank, como muitos outros astros, também possuía suas ligações com a Máfia Ítalo-Americana – Cosa Nostra.
Embora a sequência não dedique tanta importância a Johnny Fontane, o livro destina boa soma de páginas ao personagem que, entre uma ou outra discórdia, teria sido inspirado em Frank Sinatra. As semelhanças, de fato, são imensas e a obra literária de Mario Puzo traz diversas histórias semelhantes aos fatos reais da vida de Sinatra. Puzo, inclusive, teria sido ameaçado por Sinatra algumas vezes.
Em 1998, Tina Sinatra, a filha de Frank Sinatra, revelou o envolvimento do pai com a máfia com detalhes, o que também incluiu esquemas de mútua ajuda na campanha presidencial de John F. Kennedy contra Nixon. O Federal Bureau of Investigation (FBI) possui mais de duas mil páginas acerca do passado “duvidoso” de Sinatra.
Frank Sinatra, sem dúvida, viveu em uma época extraordinária e foi cercado por homens igualmente extraordinários. Bastante do glamour norte-americano decorre do cotidiano dos mafiosos e, embalados pelas músicas de Frank, muitos mataram e morreram impondo seu jeito, fazendo tudo do seu jeito, como na emocionante canção My Way.
HYMAN ROTH (MEYER LANSKY)
Hyman Roth. Fotografia: Cena de O Poderoso Chefão, Parte II (EUA; Coppola; 1974).
Hyman Roth. Fotografia: Cena de O Poderoso Chefão, Parte II (EUA; Coppola; 1974).
Na parte II de O Poderoso Chefão surge Hyman Roth, um gângster judeu que teria sido inspirado em Meyer Lansky. O filme, onde importante parte da ambientação se passa em Cuba, revela os investimentos da Máfia na então ilha do ditador Fulgêncio Batista, uma marionete dos gangsteres que acaba sendo deposto com o sucesso da Revolução Cubana (1959).
O filme mostra o judeu como traidor, mas, na vida real, Lansky foi muito mais que um aliado dos ítalos-americanos: foi uma pulsante e inesgotável fonte de lucro para seus amigos (fato relatado no filme, quando se diz que ele “ele sempre traz lucro para seus amigos”).
Meyer Lansky, nascido como Maier Suchowljansky na Polônia ou Rússia (nascimento incerto), era um sujeito pacato e sempre procurou distância dos holofotes da imprensa. Acabou a vida conhecido na história como “o Cérebro”, ou “o Homenzinho”, do crime organizado moderno e foi um dos alvos mais proeminentes do Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Tornou-se conhecido por sua inteligência, cordialidade e capacidade de se manter um passo à frente dos demais, trabalhando com tudo dentro e fora dos Estados Unidos.
Mesmo com diversos órgãos do governo no seu encalço por décadas, o gangster judeu passou pouquíssimo tempo preso ou detido e encerrou sua carreira de delitos ao morrer tranquilamente aos 80 anos de idade. Tão bem-sucedida foi a sua carreira que nos últimos anos de vida as agências do governo acabaram “desistindo” de prendê-lo.
Lansky atuou com figuras lendárias da Cosa Nostra, como Charles “Lucky” Luciano (amigo desde a juventude), Carlo Gambino, Joe Bonanno e tantos outros dons que mostraram ao mundo como crime organizado funciona.
Meyer Lansky na juventude e na velhice. Fotografias: autor desconhecido; e Al Ravenna, World Telegram Staff Photographer, respectivamente.
Meyer Lansky na juventude e na velhice. Fotografias: autor desconhecido; e Al Ravenna, World Telegram Staff Photographer, respectivamente.
MOE GREENE (BENJAMIN “BUGSY” SIEGEL)
Moe Greene. Fotografia: Cena de O Poderoso Chefão, Parte I (EUA; Coppola; 1972).
Moe Greene. Fotografia: Cena de O Poderoso Chefão, Parte I (EUA; Coppola; 1972).
Embora o personagem tenha pouco aparecido na parte I da trilogia e seja custoso trazer um paralelo à tela, Moe Greene — aquele que acolheu Fredo após o incidente com Don Vito Corleone — foi diretamente inspirado nas ações e estilo de vida do gangster judeuBenjamin “Bugsy” Siegel, um dos mais perversos e destacados de sua estirpe.
Tal inspiração fica evidenciada na parte II da sequência de Coppola, quando Hyman Roth, diretamente, acusa Michael Corleone do assassinato de Moe Greene (fato ocorrido no fim da parte I, quando diversos chefões rivais são assassinados simultaneamente). A morte de Greene, com um tiro no olho, também foi inspirada na vida real, visto que, entre os disparos que acarretaram a morte de Siegel, um se destacou por ter atingido seu olho.
O nome Moe Greene também é uma junção dos nomes dos dois mafiosos que sucederam Siegel na administração do Cassino Flamingo, Moe Sedway e Gus Greenbaum.
Acerca de Benjamin, diz-se que contribuiu generosamente na parte mais violenta do moderno crime organizado, também sendo, por sua pompa e boa aparência, o principal articulador entre criminosos e políticos e o idealizador da cidade de Las Vegas. Juntamente com Lansky, Siegel criou bases de operação criminosa no estado de Nevada, onde os jogos de azar foram liberados após a Quebra da Bolsa de Wall Street (1929), o que possibilitou a construção de grandes e luxuosos cassinos próximos a Hollywood. Também atuou na “conquista” de Cuba e do México.
Atraente, elegante e de hábitos refinados, Benjamin “Bugsy” Siegel carregou consigo durante décadas a fama de galã do submundo e amante de estrelas de Hollywood — perigosamente popular entre senhoras e senhoritas. Assassino, sádico, estuprador e reputado como sociopata — indiferente aos crimes mais repugnantes. Ben, como era chamado por seus íntimos, foi um dos gângsteres mais implacáveis da história, ainda que sua violência igualmente convivesse com sua notória beleza e seus hábitos galanteadores. Ao nome de Siegel também se associa outro feito: transformar uma pequena cidade no meio do deserto na Cidade do Pecado — Las Vegas! (BEZERRA, 2015, s/p)
Benjamin “Bugsy” Siegel, o galã do submundo. Fotografia: autor desconhecido.
Benjamin “Bugsy” Siegel, o galã do submundo. Fotografia: autor desconhecido.
Amigos de infância: o gangster Siegel e a estrela de Hollywood, George Raft. Na ocasião, Raft se encontrava no tribunal para testemunhar em favor de Siegel. Fotografia de 18 de julho de 1944, Hollywood. © Bettmann / Corbis. ID BE028709.
Amigos de infância: o gangster Siegel e a estrela de Hollywood, George Raft. Na ocasião, Raft se encontrava no tribunal para testemunhar em favor de Siegel. Fotografia de 18 de julho de 1944, Hollywood. © Bettmann / Corbis. ID BE028709.

REFERÊNCIAS:
AMORIM, CARLOS ROBERTO. ASSALTO AO PODER. RIO DE JANEIRO: RECORD, 2010.
CAWTHORNE, NIGEL. A HISTÓRIA DA MÁFIA. TRAD. GUILHERME MIRANDA. SÃO PAULO: MADRAS, 2012.
CARTER, LAUREN. OS GANGSTERES MAIS PERVERSOS DA HISTÓRIA. TRAD. MAGDA LOPES. SÃO PAULO: PLANETA DO BRASIL, 2007.
MENDRONI, MARCELO BATLOUNI. CRIME ORGANIZADO: ASPECTOS GERAIS E MECANISMOS LEGAIS. 3. ED. SÃO PAULO: ATLAS. 2009.
PUZO, MARIO. O PODEROSO CHEFÃO. TRAD. CARLOS NAYFELD. 29ª ED. RIO DE JANEIRO: RECORD, 2014.
SMITH, JO DURDEN. A HISTÓRIA DA MÁFIA. TRAD. BEATRIZ MEDINA. SÃO PAULO: M. BOOKS DO BRASIL, 2015.
IMAGEM(NS):
A EQUIPE DO MUSEU DE IMAGENS BUSCOU INFORMAÇÕES PARA CREDITAR A(S) IMAGEM(NS), CONTUDO, NADA FOI ENCONTRADO. CASO SAIBA, POR GENTILEZA, ENTRAR EM CONTATO.


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