segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Sebastião Salgado e a sua Serra Pelada

Dois personagens anônimos – garimpeiro e policial militar – reproduziram parte do dia a dia do então maior garimpo do planeta, Serra Pelada. Fotografia: Sebastião Salgado.
Dois personagens anônimos – garimpeiro e policial militar – reproduziram parte do dia a dia do então maior garimpo do planeta, Serra Pelada. Fotografia: Sebastião Salgado.

Um dos trabalhos fotográficos mais marcantes do brasileiro Sebastião Salgado, onde retratou o então maior garimpo do planeta, Serra Pelada. Localizada no município de Curionópolis, no Pará, o garimpo, no auge de sua exploração, teria encorajado 80 mil garimpeiros a arriscar a vida na incessante busca por ouro. Gente que partiu de todas as regiões do Brasil e do exterior.

Quando cheguei [em Serra Pelada], a sensação foi muito forte. O que senti foi como se eu estivesse escutando o ouro na alma das pessoas — Sebastião Salgado, acréscimo nosso.
Serra Pelada parecia ser um verdadeiro formigueiro humano. Fotografia: Sebastião Salgado.
Serra Pelada parecia ser um verdadeiro formigueiro humano. Fotografia: Sebastião Salgado.
Os riscos de acidente eram imensos e a morte rotineira. Fotografia: Sebastião Salgado.
Os riscos de acidente eram imensos e a morte rotineira. Fotografia: Sebastião Salgado.
O garimpo de Serra Pelada. Fotografia: Sebastião Salgado.
O garimpo de Serra Pelada. Fotografia: Sebastião Salgado.
Garimpeiro de Serra Pelada. Fotografia: Sebastião Salgado.
Garimpeiro de Serra Pelada. Fotografia: Sebastião Salgado.
Trabalhadores de Serra Pelada. Fotografia: Sebastião Salgado.
Trabalhadores de Serra Pelada. Fotografia: Sebastião Salgado.
Trabalhadores de todo o Brasil e até do exterior compunham a força de trabalho em Serra Pelada. Fotografia: Sebastião Salgado.
Trabalhadores de todo o Brasil e até do exterior compunham a força de trabalho em Serra Pelada. Fotografia: Sebastião Salgado.
Serra Pelada e seus "escravos do ouro". Fotografia: Sebastião Salgado.
Serra Pelada e seus “escravos do ouro”. Fotografia: Sebastião Salgado.

"Minhas fotografias são um vetor entre o que acontece no mundo e as pessoas que não tem como presenciar o que acontece" — Sebastião Salgado. Fotografia: Sebastião Salgado.
“Minhas fotografias são um vetor entre o que acontece no mundo e as pessoas que não tem como presenciar o que acontece” — Sebastião Salgado. Fotografia: Sebastião Salgado.
Sebastião nasceu no município de Aimorés, em Minas Gerais, e atualmente se encontra residindo na França. É doutor em Economia e trabalhou para instituições importantes, como a Organização Internacional do Café (OIC). Mas sua paixão pela fotografia o levou a fundar sua própria agência de notícias, a As Imagens da Amazônia. Salgado também recebeu diversos prêmios internacionais, sendo por vezes apontado como o fotógrafo de maior expressão do Brasil.
A agência foi fundada em 1994 em um esforço conjunto com sua esposa, Léila Wanick Salgado, e seu site pode ser acessado neste link: Amazonas Images.
REFERÊNCIAS:
LOPES, Marcos. O garimpo de ouro de Serra Pelada de Sebastião Salgado. Acesso em: 14 jul. 2016.
SOUZA, Renata. Serra Pelada – por Sebastião Salgado (1986). Acesso em: 14 jul. 2016.

28 anos, pernambucano, graduado em Direito. Diligencia pesquisas sobre História Militar, Crime Organizado e Sistema Penitenciário. Gosta de ler, escrever e, às vezes, arrisca-se – tragicamente – nos desenhos. Na Internet, atua como administrador, criador de conteúdo e revisor.

O Poderoso Chefão – personagens e histórias reais

Bonasera pedindo a Don Corleone que vingasse a sua filha na cena exordial do filme. Fotografia: Cena exordial de O Poderoso Chefão, Parte I (EUA; Coppola; 1972).
Bonasera pedindo a Don Corleone que vingasse a sua filha na cena exordial do filme. Fotografia: Cena exordial de O Poderoso Chefão, Parte I (EUA; Coppola; 1972).

Don Corleone, Johnny Fontane, Hyman Roth e tantos outros… figuras mundialmente conhecidas e admiradas da trilogia O Poderoso Chefão. O que poucos sabem é que suas histórias estão medonhamente alicerçadas sobre um fundo de verdade que nos faz refletir sobre a suposta honra do Padrinho. São histórias, personagens e assassinatos reais… Há muito mais que cannolis, as propostas irrecusáveis foram reais.

Breve esclarecimento
Baseada no livro O Poderoso Chefão, de Mario Puzo, a trilogia cinematográfica imortalizada por Francis Ford Coppola — O Poderoso Chefão, Parte I (EUA; Coppola; 1972); O Poderoso Chefão, Parte II (EUA; Coppola; 1974); e O Poderoso Chefão, Parte III (EUA; Coppola; 1990) — arrebatou milhões de fãs no mundo inteiro, sendo seus dois primeiros filmes considerados por muitos como os melhores da história. O que muita gente desconhece é que há um assombroso fundo de verdade em cada cena da trilogia.
Durante a criação deste artigo, notou-se, apesar da boa vontade, a complexidade do tema e restou decidido que o mesmo será confeccionado em partes devido à imensa quantidade de nomes, personagens e histórias, de modo que este material traz as considerações iniciais do todo e algumas das inspirações principais da trilogia, como o carismático Don Vito Corleone. Outrossim, sem desmerecer o trabalho dos atores, procurarei também não tratar seus nomes ao longo da matéria, visto a já declarada quantidade de prenomes e patronímicos.
Ainda, necessário se faz saber que todos mostrados aqui, sem exceção, coexistiram na mesma época — mais ou menos na primeira metade do século XX — sendo, inclusive, cúmplices, aliados e concorrentes mortais.
DON VITO CORLEONE
Don Vito Corleone, o Padrinho. Fotografia: Cena de O Poderoso Chefão, Parte I (EUA; Coppola; 1972).
Don Vito Corleone, o Padrinho. Fotografia: Cena de O Poderoso Chefão, Parte I (EUA; Coppola; 1972).
Abrindo a persiana, temos Don Vito “Corleone” Andolini. Certamente o mais famoso e carismático personagem da trilogia, sendo a si, inclusive, o título da trilogia conferenciado (título depois transmitido ao seu filho, Michael Corleone, que será abordado em momento oportuno). Apresentado nas partes I e II, foi o principal ator da sequência e emissor de frases e ações marcantes. Frases estas que se tornaram mundialmente conhecidas.
Apesar do comportamento calmo, amistoso e de quase se assemelhar a um santo para algumas pessoas, de santo Don Corleone não tinha nada. Definitivamente. Não se torna um Don sem extorquir, contrabandear e principalmente assassinar… A posição de chefe não é herdada de acordo com o berço, embora algumas vezes aconteça, ela é conquistada — tomada! — e somente os mais astutos e bravos “homens-feitos” sobem na hierarquia da Máfia. Os demais ou são subjugados ou morrem no percurso.
Na história real da Máfia, embora alguns autores e escritores maliciosos tendam a concentrar a vida de Don Vito Corleone em uma ou outra pessoa, parece claro, aos olhos da Criminologia e dos “entusiastas”, que sua inspiração decorre de uma gama de mafiosos mundialmente conhecidos, o que seria injusto declarar apenas um como iluminação definitiva. Entre os habitualmente referenciados, destacam-se três imigrantes italianos que nunca poderão ser deixados de lado, quais sejam: Joseph Bonanno, Charles “Lucky” Luciano e Carlo Gambino. O mafioso Al Capone raramente se mostra como referência de Don Vito por ter sido considerado um fanfarrão por diversos chefões da Máfia.
Joseph Bonanno, Charles “Lucky” Luciano e Carlo Gambino, respectivamente. Fotografias: Bonanno e Luciano: autores desconhecidos; Gambino: Hulton Archive - Getty Images.
Joseph Bonanno, Charles “Lucky” Luciano e Carlo Gambino, respectivamente. Fotografias: Bonanno e Luciano: autores desconhecidos; Gambino: Hulton Archive – Getty Images.
Joseph Bonanno, nascido na Sicília, na Itália, emprestou sua política, polidez e carisma ao Padrinho de Puzo e Coppola. Era temido e respeitado no submundo e, era, definitivamente, o que a Maffia chama de “homem de honra”. Dentre todos os indicados, é geralmente o mais aceito como a grande inspiração para o Don das telonas.
Contrabandista de bebidas alcoólicas, assassino profissional, agiota, extorsionário e Don da Máfia, sempre se considerou, antes de tudo, um homem de honra, um homem para quem a tradição era absolutamente importante, para quem o bom nome e a boa reputação vinham antes de qualquer coisa. Considerado por muitos como o modelo para o Don Corleone de Mario Puzo, do best-seller O Poderoso Chefão, Joseph Bonanno incorpora tudo o que é inesquecível sobre o saber da Máfia, e talvez mais do que qualquer outro gângster na história resume bem o que era pertencer a La Cosa Nostra. (CARTER, 2007, p. 13, grifo autoral)
Charles “Lucky” Luciano, nascido na Sicília com o nome de Salvatore Lucania, sistematizou a Cosa Nostra (Máfia Ítalo-Americana) ao criar a Comissão no início da década de 1930 e se tornou seu grande chefão. A Comissão pode ser vista em diversos momentos, quando reunidos os dons debatem e deliberam sobre a pauta do dia.
Lucania foi o primeiro a se infiltrar verdadeiramente na política e a perceber que esse era o caminho natural para o fortalecimento do crime organizado transacional. Utilizando o sistema contra o próprio sistema, Salvatore Lucania criou uma grande e poderosa rede de corrupção internacional.
Cumprindo pena durante a Segunda Guerra Mundial (1939–1945), Charles “Lucky” Luciano fez um acordo com os Aliados em troca de sua liberdade: Favoreceria a invasão aliada na Itália, o que salvou a vida de milhares de soldados aliados, e denunciou espiões e sabotadores nazistas nos Estados Unidos. Em troca recebeu sua liberdade de volta sob a condição de nunca retornar à América.
Controlava apostas, casas clandestinas de jogos, prostituição e roubo de mercadorias. Com a Lei Seca (1919–1933), entrou para o ramo de contrabando de bebidas e criou uma rede de distribuição nacional e bares ilegais. Já em 1927 estava milionário. Quatro anos depois fundou o Sindicato do Crime [a Comissão], organização que agia em dez estados americanos e no Canadá. (AMORIM 2010, p. 356, acréscimo nosso)
Carlo Gambino, também nascido na Sicília, o mais poderoso chefão das décadas de 1960 e 1970, abarcou para si o título de verdadeiro chefe mafioso e foi um dos mais pérfidos assassinos em sua sangrenta ascensão na hierarquia da Cosa Nostra. Para Gambino, o poder era o único modo de se impor respeito à corrupta e vergonhosa sociedade, era o único modo de viver com “dignidade”.
Carlo Gambino foi uma força incrivelmente poderosa, tanto como um homem de negócios legais, com interesse em firmas de construção e fábricas, quanto como criminoso, incluindo a influência opressiva que exercia sobre os sindicatos. (CARTER, 2007, p. 98-99)
Todos eles forneceram subsídios para a construção do mítico Don Corleone. Ora com sagacidade e política, ora com sangue e glamour. Também é amplamente conhecido que os supracitados mafiosos foram os responsáveis pela reformulação e condução do crime organizado moderno durante décadas.
JOHNNY FONTANE (FRANK SINATRA)
Johnny Fontane. Fotografia: Cena de O Poderoso Chefão, Parte I (EUA; Coppola; 1972).
Johnny Fontane. Fotografia: Cena de O Poderoso Chefão, Parte I (EUA; Coppola; 1972).
Frank Sinatra, ator e cantor norte-americano de ascendência italiana e eterno ídolo de diversas gerações. Astro de filmes e inesquecíveis canções que embalaram casais apaixonados. Dono de diversos prêmios internacionais e com o nome cravado na Calçada da Fama de Hollywood, Frank, como muitos outros astros, também possuía suas ligações com a Máfia Ítalo-Americana – Cosa Nostra.
Embora a sequência não dedique tanta importância a Johnny Fontane, o livro destina boa soma de páginas ao personagem que, entre uma ou outra discórdia, teria sido inspirado em Frank Sinatra. As semelhanças, de fato, são imensas e a obra literária de Mario Puzo traz diversas histórias semelhantes aos fatos reais da vida de Sinatra. Puzo, inclusive, teria sido ameaçado por Sinatra algumas vezes.
Em 1998, Tina Sinatra, filha de Frank Sinatra, revelou em detalhes o envolvimento do pai com a máfia, o que também incluiu esquemas de mútua ajuda na campanha presidencial de John F. Kennedy contra Nixon. O Federal Bureau of Investigation (FBI) possui mais de duas mil páginas acerca do passado “duvidoso” de Sinatra.
Frank Sinatra, sem dúvida, viveu em uma época extraordinária e foi cercado por homens igualmente extraordinários. Bastante do glamour norte-americano decorre do cotidiano dos mafiosos e, embalados pelas músicas de Frank, muitos mataram e morreram impondo seu jeito, fazendo tudo do seu jeito, como na emocionante canção My Way.
HYMAN ROTH (MEYER LANSKY)
Hyman Roth. Fotografia: Cena de O Poderoso Chefão, Parte II (EUA; Coppola; 1974).
Hyman Roth. Fotografia: Cena de O Poderoso Chefão, Parte II (EUA; Coppola; 1974).
Na parte II de O Poderoso Chefão surge Hyman Roth, um gângster judeu que teria sido inspirado em Meyer Lansky. O filme, onde importante parte da ambientação se passa em Cuba, revela os investimentos da Máfia na então ilha do ditador Fulgêncio Batista, uma marionete dos gangsteres que acaba sendo deposto com o sucesso da Revolução Cubana (1959).
O filme mostra o judeu como traidor, mas, na vida real, Lansky foi muito mais que um aliado dos ítalos-americanos: foi uma pulsante e inesgotável fonte de lucro para seus amigos (fato relatado no filme, quando se diz que ele “ele sempre traz lucro para seus amigos”).
Meyer Lansky, nascido como Maier Suchowljansky na Polônia ou Rússia (nascimento incerto), era um sujeito pacato e sempre procurou distância dos holofotes da imprensa. Acabou a vida conhecido na história como “o Cérebro”, ou “o Homenzinho”, do crime organizado moderno e foi um dos alvos mais proeminentes do Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Tornou-se conhecido por sua inteligência, cordialidade e capacidade de se manter um passo à frente dos demais, trabalhando com tudo dentro e fora dos Estados Unidos.
Mesmo com diversos órgãos do governo no seu encalço por décadas, o gangster judeu passou pouquíssimo tempo preso ou detido e encerrou sua carreira de delitos ao morrer tranquilamente aos 80 anos de idade. Tão bem-sucedida foi a sua carreira que nos últimos anos de vida as agências do governo acabaram “desistindo” de prendê-lo.
Lansky atuou com figuras lendárias da Cosa Nostra, como Charles “Lucky” Luciano (amigo desde a juventude), Carlo Gambino, Joe Bonanno e tantos outros dons que mostraram ao mundo como crime organizado funciona.
Meyer Lansky na juventude e na velhice. Fotografias: autor desconhecido; e Al Ravenna, World Telegram Staff Photographer, respectivamente.
Meyer Lansky na juventude e na velhice. Fotografias: autor desconhecido; e Al Ravenna, World Telegram Staff Photographer, respectivamente.
MOE GREENE (BENJAMIN “BUGSY” SIEGEL)
Moe Greene. Fotografia: Cena de O Poderoso Chefão, Parte I (EUA; Coppola; 1972).
Moe Greene. Fotografia: Cena de O Poderoso Chefão, Parte I (EUA; Coppola; 1972).
Embora o personagem tenha pouco aparecido na parte I da trilogia e seja custoso trazer um paralelo à tela, Moe Greene — aquele que acolheu Fredo após o incidente com Don Vito Corleone — foi diretamente inspirado nas ações e estilo de vida do gangster judeu Benjamin “Bugsy” Siegel, um dos mais perversos e destacados de sua estirpe.
Tal inspiração fica evidenciada na parte II da sequência de Coppola, quando Hyman Roth, diretamente, acusa Michael Corleone do assassinato de Moe Greene (fato ocorrido no fim da parte I, quando diversos chefões rivais são assassinados simultaneamente). A morte de Greene, com um tiro no olho, também foi inspirada na vida real, visto que, entre os disparos que acarretaram a morte de Siegel, um se destacou por ter atingido seu olho.
O nome Moe Greene também é uma junção dos nomes dos dois mafiosos que sucederam Siegel na administração do Cassino Flamingo, Moe Sedway e Gus Greenbaum.
Acerca de Benjamin, diz-se que contribuiu generosamente na parte mais violenta do moderno crime organizado, também sendo, por sua pompa e boa aparência, o principal articulador entre criminosos e políticos e o idealizador da cidade de Las Vegas. Juntamente com Lansky, Siegel criou bases de operação criminosa no estado de Nevada, onde os jogos de azar foram liberados após a Quebra da Bolsa de Wall Street (1929), o que possibilitou a construção de grandes e luxuosos cassinos próximos a Hollywood. Também atuou na “conquista” de Cuba e do México.
Atraente, elegante e de hábitos refinados, Benjamin “Bugsy” Siegel carregou consigo durante décadas a fama de galã do submundo e amante de estrelas de Hollywood — perigosamente popular entre senhoras e senhoritas. Assassino, sádico, estuprador e reputado como sociopata — indiferente aos crimes mais repugnantes. Ben, como era chamado por seus íntimos, foi um dos gângsteres mais implacáveis da história, ainda que sua violência igualmente convivesse com sua notória beleza e seus hábitos galanteadores. Ao nome de Siegel também se associa outro feito: transformar uma pequena cidade no meio do deserto na Cidade do Pecado — Las Vegas! (BEZERRA, 2015, s/p)
Benjamin “Bugsy” Siegel, o galã do submundo. Fotografia: autor desconhecido.
Benjamin “Bugsy” Siegel, o galã do submundo. Fotografia: autor desconhecido.
Amigos de infância: o gangster Siegel e a estrela de Hollywood, George Raft. Na ocasião, Raft se encontrava no tribunal para testemunhar em favor de Siegel. Fotografia de 18 de julho de 1944, Hollywood. © Bettmann / Corbis. ID BE028709.
Amigos de infância: o gangster Siegel e a estrela de Hollywood, George Raft. Na ocasião, Raft se encontrava no tribunal para testemunhar em favor de Siegel. Fotografia de 18 de julho de 1944, Hollywood. © Bettmann / Corbis. ID BE028709.
REFERÊNCIAS:
AMORIM, Carlos Roberto. Assalto ao Poder. Rio de Janeiro: Record, 2010.
CAWTHORNE, Nigel. A História da Máfia. trad. Guilherme Miranda. São Paulo: Madras, 2012.
CARTER, Lauren. Os gangsteres mais perversos da História. trad. Magda Lopes. São Paulo: Planeta do Brasil, 2007.
MENDRONI, Marcelo Batlouni. Crime Organizado: aspectos gerais e mecanismos legais. 3. ed. São Paulo: Atlas. 2009.
PUZO, Mario. O Poderoso Chefão. trad. Carlos Nayfeld. 29ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2014.
SMITH, Jo Durden. A História da Máfia. trad. Beatriz Medina. São Paulo: M. Books do Brasil, 2015.
IMAGEM(NS):
A equipe do Museu de Imagens buscou informações para creditar a(s) imagem(ns), contudo, nada foi encontrado. Caso saiba, por gentileza, entrar em contato.

Brasília: 21 imagens curiosas da sua construção

Placa icônica — e bem-humorada — acerca da construção de Brasília. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
Placa icônica — e bem-humorada — acerca da construção de Brasília. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.

Construída pelos chamados candangos e inaugurada pelo Presidente Juscelino Kubitschek em 21 de abril de 1960, Brasília, a Capital Federal, já nasceu impondo recordes e trazendo esperança ao povo brasileiro, por sua rápida, organizada e imponente construção: é a maior cidade inteiramente construída no século XX, alicerçada sob o entusiasmante slogan de Kubitschek: 50 anos em 5.

A ideia da construção de Brasília, contudo, remonta o período em que o Brasil ainda era um império e teria sido ideia do teuto-brasileiro Francisco Adolfo de Varnhagen, historiador, engenheiro e diplomata nascido em Sorocaba, no interior de São Paulo.
No ano de 1849, Francisco enviou carta ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro sugerindo a transferência da capital do Rio de Janeiro ao interior do país. Em 1877, Francisco Varnhagen, que desde 1868 chefiava a legação brasileira em Viena, a então capital do poderoso Império Austro-Húngaro, veio especialmente ao Brasil para fazer seus estudos sobre onde deveria se localizar o que quase um século mais tarde se chamaria de Brasília.
Fotografias cristalizadas referentes à construção de Brasília:
…E placa ainda continua lá e certamente ganhou o carinho de todos. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
…E placa ainda continua lá e certamente ganhou o carinho de todos. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
Planalto Central: um “mundão” de terras. Parecia impossível construir tamanha cidade planejada em tão pouco tempo. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
Planalto Central: um “mundão” de terras. Parecia impossível construir tamanha cidade planejada em tão pouco tempo. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
“Mas nós somos brasileiros e não desistimos nunca” — Clarissa Passos. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
“Mas nós somos brasileiros e não desistimos nunca” — Clarissa Passos. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
Veículos, carroças, bicicletas, animais ou mesmo o expresso canelinha (a pé)… tudo era necessário nos primeiros anos de Brasília. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
Veículos, carroças, bicicletas, animais ou mesmo o expresso canelinha (a pé)… tudo era necessário nos primeiros anos de Brasília. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
Comércio surgindo para atender às necessidades dos candangos. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
Comércio surgindo para atender às necessidades dos candangos. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
A reconhecida irreverência do brasileiro desde o início marcou a cidade de Brasília. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
A reconhecida irreverência do brasileiro desde o início marcou a cidade de Brasília. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
Barracões temporários onde a maioria dos candangos residia. Sem desejar eufemismo, os antigos barracões de Brasília lembram os dos campos de concentração nazista. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
Barracões temporários onde a maioria dos candangos residia. Sem desejar eufemismo, os antigos barracões de Brasília lembram os dos campos de concentração nazista. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
Crianças no canteiro de obras eram habituais, ora se divertindo ora ajudando, afinal, toda criança um dia já quis ser pedreiro…. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
Crianças no canteiro de obras eram habituais, ora se divertindo ora ajudando, afinal, toda criança um dia já quis ser pedreiro…. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
Placa demarcando o local onde seria construída a Residência Oficial da Presidência da República, o Palácio da Alvorada. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
Placa demarcando o local onde seria construída a Residência Oficial da Presidência da República, o Palácio da Alvorada. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
Esqueleto do Palácio da Alvorada já construído. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
Esqueleto do Palácio da Alvorada já construído. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
Candangos com a mão na massa. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
Candangos com a mão na massa. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
Dados interessantes dos censos realizados durante a construção de Brasília:
A migração começa em 1956 com a chegada de 256 trabalhadores, os primeiros candangos, como eram chamados os operários que construíram Brasília.
Em janeiro de 1957, a estimativa era de 2.500 trabalhadores. Uma contagem populacional feita em julho do mesmo ano indicava precisos 12.283 candangos. O livro do IBGE revela ainda que esse número atinge 28 mil trabalhadores em março de 1958. Entre esse ano e a aplicação do censo experimental (maio de 1959), o cálculo é de um crescimento mensal médio de 2,1 mil pessoas.
Grande parte dessa população vivia em acampamentos da construção dos primeiros prédios de Brasília e a maioria na faixa etária de 20 a 40 anos. A origem predominante dos candangos era dos estados mais próximos: Goiás (23,3%), Minas Gerais (20,3%) e Bahia (13,5%). Em termos regionais, os nordestinos eram os principais candangos (44%). O IBGE também contou 1.216 estrangeiros morando em Brasília em 1959. (COSTA, 2016, s/p)
Mais candangos e mais massa. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
Mais candangos e mais massa. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
...Candangos com carrinhos de mão, afinal, massa era o que não faltava. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
…Candangos com carrinhos de mão, afinal, massa era o que não faltava. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
Máquinas pesadas e trabalhadores na construção da Capital Federal. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
Máquinas pesadas e trabalhadores na construção da Capital Federal. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
Também havia muitos bares, pois toda guerra tem seu dia de papa. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
Também havia muitos bares, pois toda guerra tem seu dia de papa. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
Rede elétrica improvisada para amenizar a vida dos primeiros cidadãos de Brasília e fazer as máquinas trabalharem. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
Rede elétrica improvisada para amenizar a vida dos primeiros cidadãos de Brasília e fazer as máquinas trabalharem. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
Muitos prédios temporários foram criados para auxiliar e organizar as tantas obras. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
Muitos prédios temporários foram criados para auxiliar e organizar as tantas obras. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
Violão, cigarrinho, conversa fiada… candangos em seu momento de descontração. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
Violão, cigarrinho, conversa fiada… candangos em seu momento de descontração. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
No último censo da época da construção de Brasília, mais de 7 mil pessoas já haviam nascido em Brasília. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
No último censo da época da construção de Brasília, mais de 7 mil pessoas já haviam nascido em Brasília. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
A boa e inestimável imagem do brasileiro: um sujeito que, apesar dos pesares, sempre encontra motivos para continuar sorrindo. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
A boa e inestimável imagem do brasileiro: um sujeito que, apesar dos pesares, sempre encontra motivos para continuar sorrindo. Fotografia: Arquivo Público do Distrito Federal, ArPDF.
REFERÊNCIAS:
ALVES, Renato. Os 200 anos do homem que chefiou a 1° expedição para construção de Brasília. Acesso em: 24 fev. 2016.
COSTA, Gilberto. Censo populacional de 1959 revela quem eram os candangos que construíram Brasília. Acesso em: 24 fev. 2016.
PASSOS, Clarissa. 20 fotos inacreditáveis da construção de Brasília. Acesso em: 20 fev. 2016.
VINCENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História Geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2002.