quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Pogo, o palhaço assassino

John Gacy Jr., o palhaço Pogo. Fotografia: autor desconhecido.
John Gacy Jr., o palhaço Pogo. Fotografia: autor desconhecido.
Cidadão exemplar, ativista político e querido pela comunidade, portava boa fama inabalável. Recebeu o título de “cidadão do ano” da sua comunidade e posou para foto com a então primeira dama dos EUA, Rosalynn Carter. Era brincalhão, mas algumas de suas “brincadeiras” eram diferentes e sua fantasia de palhaço continha algo mais que tinta vermelha. De 1972 a 1978, o lobo vestido de cordeiro atacou sem levantar suspeitas. Quando corpos começaram a “emergir” de sua casa, John se tornou o palhaço assassino – torturava, abusava sexualmente e matava. Matou, pelo menos, 33 jovens com idades entre 9 e 20 anos. Sua aterrorizante história inspirou filmes, musicais e amaldiçoou a imagem do bom palhaço para as crianças que de sua história souberam.
John nasceu em 1942, em Chicago, EUA. Filho de um violento pai alcoólatra, o pequeno Gacy Jr. sofreu durante a infância: costumava apanhar sem motivo aparente e ser chamado de “menininha” e “bichinha”. Seu pai parecia lhe odiar, mas, apesar de tudo, a criança correspondia com amor.
John edificou sua vida como um cidadão modelo: formou-se (Administração), trabalhou, casou-se, teve filhos e fazia churrascos. Era um prestativo e divertido vizinho. John casou com uma colega de trabalho e se mudou para outro estado, para trabalhar no restaurante do pai da sua esposa. Logo chegou à gerência – era um bom administrador e tinha uma visão diferenciada para os negócios.
A primeira-dama Rosalynn Carter e o sociopata. Fotografia: autor desconhecido.
A primeira-dama Rosalynn Carter e o sociopata. Fotografia: autor desconhecido.
“Em 1968, um evento pegou de surpresa todos os seus conhecidos: foi acusado de ter subjugado sexualmente, por um longo período de tempo, um jovem empregado. John Wayne Gacy contratou um adolescente assassino para espancar uma testemunha da promotoria, e mais acusações pesaram sobre ele. Negociando uma confissão, foi sentenciado a dez anos de prisão.”
Antes de terminar o segundo ano de prisão, foi solto por bom comportamento – “prisioneiro modelo”. Afastado da sua esposa e família que não mais o queriam por perto, Gacy resolveu recomeçar a vida retornando a Chicago. Logo John progrediu e se estabilizou financeiramente, também angariando o respeito da comunidade: abriu uma construtora, casou-se novamente e teve filhos. Integrou-se à comunidade e fazia parte do Conselho Católico e da Defesa Civil. Sua marca distintiva – como todos se lembram – era se vestir de palhaço para alegrar crianças em festas. Teria sido nessa época (1972) que John Gacy começou a matar.
Era um pai excepcionalmente amoroso, um bom vizinho que sempre abria as portas da sua casa para festas e recebeu o título de “cidadão do ano” por sua exemplar participação cívica. A imagem que tinham dele era a do bom palhaço. Fatos estranhos surgiram, mas sua imagem pública parecia “blindada”. Sua imagem era tão resistente que somente após os corpos serem removidos de sua casa que se desfez.
As coisas fugiram do controle de Gacy quando o jovem Robert Piest, de 17 anos, desapareceu em 1978. Piest havia dito a amigos que se encontraria com Gacy pela promessa de emprego. Nunca mais foi visto. Piest sonhava ser astronauta e não tinha motivos para fugir, era um bom filho. A polícia fez uma visita a Gacy e, intrigada, monitorou sua rotina e investigou sua vida pregressa – foi descoberta sua condenação anterior por abuso sexual. Também foi apurado que outros jovens funcionários da sua construtora se encontravam desaparecidos. Havia algo errado…
Investigadores foram à casa de Gacy, mas nada encontraram. Contudo, havia algo latente: embora não tenham encontrado algum fato “relevante”, um forte cheiro de “carniça” lhes intrigou. Foram encontrados “sedativos, algemas, livros sobre homossexualismo, instrumentos para ‘jogos’ sexuais, uma pistola, um pênis de borracha, maconha, além de objetos que aparentavam não pertencer a Gacy.”
Suspeitando do subterrâneo da casa, um segundo mandado judicial foi expedido e os policiais retornaram. John teria um porão, algo no subsolo. Começaram a cavar e descobriram ossadas: 29 corpos foram retirados. Levados ao instituto médico-legal, foram identificados: cada número/ossada recebeu seu real nome e cada nome significava uma família arrasada. O crime repercutiu por todo o país e a sociedade veio abaixo com as notícias. Gacy, zombando, indicou a localização de outros corpos – no que mais 4 corpos foram encontrados, incluindo o de Robert Piest.
Identificação criminal de Gacy. Fotografia: Polícia do Estado de Illinois, EUA.
Identificação criminal de Gacy. Fotografia: Polícia do Estado de Illinois, EUA.
Durante as averiguações policiais, descobriu-se o modus operandi: Gacy abordava jovens solitários nas ruas e lhes oferecia carona, sedando-os com clorofórmio. Seu carro possuía equipamentos próprios de automotores policiais, possuía arma de fogo e sempre apresentava um falso distintivo aos jovens abordados. Aceitando a carona maldita, dezenas de jovens sofreram abuso sexual e tortura, muitos foram mortos – normalmente por estrangulamento. Estranhamente, John abusava de alguns, mas não os matava, deixando-os nas ruas de Chicago e adjacências.
“Sabe-se que gostava de ler passagens bíblicas enquanto enforcava as vítimas; outras vezes, vestia-se de palhaço enquanto as torturava. Enfiava as cuecas dos rapazes em suas bocas para sufocá-los. John Wayne Gacy encaixa-se perfeitamente na fantasia do ‘Palhaço Assassino’.”
Foi associado a outros criminosos notórios – fato que odiava. Gacy detestava ter seu nome associado ao de Jeffrey Dahmer (o Canibal de Milwaukee) que apreciava carne humana frita. Tentando se desvencilhar de Dahmer, disse: “Eu matei, mas não fiz o que esse cara fez”.
No tribunal, alegou inocência por insanidade, mas não convenceu os jurados. Foi condenado em 1980. A promotoria descreveu Gacy como “impulsivo, perturbado, profano e doente”. Gacy foi tido como “mentiroso patológico e sociopata” pelos psiquiatras. No documentário há entrevistas e nota-se facilmente a facilidade que tinha para mentir. Foi condenado à pena capital.
John Wayne Gacy Jr., o Palhaço Assassino, passou 14 anos preso e foi declarado morto às 00:58, de 10 de maio de 1994, após a injeção letal ser ministrada.
Desenho feito por Gacy na prisão. Fotografia: autor desconhecido.
Desenho feito por Gacy na prisão. Fotografia: autor desconhecido.
Gacy parece ter morrido sem arrependimento. Já havia afirmado: “se você acha que viveu sua vida da maneira certa, você não tem nada a temer. (…) Eu sinto paz comigo mesmo”.
Suas últimas palavras foram: “Beijem meu ‘traseiro’! Nunca saberão onde estão enterrados os demais”.
Supostas curiosidades:
“A cela onde esteve Gacy ficou preso foi supostamente usada recentemente para rodar a aclamada série Prison Break; Jonathan Davis, vocalista da banda Korn, comprou o traje de palhaço de Gacy; o ex-tecladista da banda de Marilyn Manson usou parte do nome de John para sua ‘nova identidade’: Madonna Wayne Gacy.”
Agradecimentos especiais ao blog Convulssion pela ajuda fornecida.
REFERÊNCIAS:
CÉSAR, FERNANDO. JOHN WAYNE GACY JR.: “O PALHAÇO ASSASSINO”. ACESSO EM: 25 ABR. 2013.
CONVULSSION. “MAIS QUE UM PALHAÇO, MAIS QUE UM ARTISTA, UM ASSASSINO” – JOHN WAYNE GACY. ACESSO EM: 26 ABR. 2013.
CONVULSSION. “BEIJEM MEU CU! NUNCA SABERÃO ONDE ESTÃO ENTERRADOS OS DEMAIS” – JOHN WAYNE GACY. ACESSO EM: 26 ABR. 2013.
ID SERIAL KILLER. JOHN WAYNE GACY (O PALHAÇO ASSASSINO). ACESSO EM: 26 ABR. 2013.
METAMORFOSE DIGITAL. JOHN WAYNE GACY: O PALHAÇO ASSASSINO. ACESSO EM: 25 ABR. 2013.

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